Categorias Ver Todas >

Audiolivros Ver Todos >

E-books Ver Todos >

Quincas Borba

Quincas Borba

Sinopse

Em Barbacena, interior mineiro, Pedro Rubião de Alvarenga é um modesto professor primário, que se tornou enfermeiro e amigo do afortunado e atávico "filósofo" Quincas Borba, cuja morte rende ao primeiro uma polpuda herança, em que se incluem, além de muito dinheiro, imóveis, escravos, mobiliário e... um cão. Na faixa dos quarenta anos de idade Rubião recebe, como condição para desfrutar da herança, o animal de estimação do falecido, que o batizou seu próprio nome. O ricaço acreditava que de certa forma sobreviveria à morte se seu nome continuasse no cão. De posse da herança, o ex-professor primário se muda para a corte, no Rio de Janeiro, junto com o cão. Durante a viagem de trem ao Rio de Janeiro, na estação de Vassouras, Rubião trava contato com Sofia e Cristiano de Almeida e Palha, que viajam com o mesmo destino. O casal vê em Rubião uma ótima oportunidade de golpe, e decidem não perdê-la. Já morando em uma casa em Botafogo, Rubião elege o casal para sua intimidade, e se apoia nele para decorar a casa, contratar de funcionários e se inserir no meio social da corte. Rubião, para sua miséria, apaixona-se por Sofia, que conta com isso para espoliá-lo de sua riqueza. Rubião aos poucos se dá conta do embuste, o que lhe causa grande decepção. Porém, a verdade é que, após receber a herança, Rubião deslumbrou-se com a nova vida e acabou traído por falsos amigos, que lhe roubaram a fortuna. No final da vida, pobre e doente, ele rememora o ensinamento do falecido Quincas Borba, que assim sintetiza sua estapafúrdia teoria filosófica, o humanitismo: "Ao vencedor, as batatas". Essa "teoria", implica a seguinte alegoria:  duas tribos se veem diante do impasse de uma certa quantidade de batatas ser suficiente para alimentar apenas um dos grupos. Se dividirem as batatas, nenhum dos grupos chegará vivo ao próximo campo, onde há fartura delas; porém, se um grupo se apossar de todas as batatas, esse grupo sobreviverá e atingirá a sonhada fartura. Então, Quincas Borba conclui sua "filosofia" com a máxima: "Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas". O humanitismo de Quincas Borba percorre todo o romance, e por trás do véu transparente com o qual essa filosofia irônica mal encobre o caráter das personagens, o leitor assiste ao desfile de interesses escusos e deslizes morais que movem, em fins do século XIX, o capitalismo nascente no Brasil — enraizado no cartorialismo e na escravidão.