O autor Erick Palmer Junior, analisando o Complexo de Édipo de Sigmund Freud, coloca em discussão, através deste conto, algumas deformações sociais que podem surgir a partir de uma extensão do próprio Complexo de Édipo, causada por uma infância desassistida, com pouca ou quase nenhuma orientação em sua educação, em consequência de traumas e situações indigestas, sofridas pelos responsáveis, que abrem mão de sua responsabilidade em educar corretamente seus filhos, que crescem aprendendo de forma deturpada a natureza de sua afetividade congênita. Essas distorções acabam por levar as personagens a pensar, que suas afetividades vão além dos sentimentos maternais ou paternais, propiciando um declínio comportamental, que força a personagem a buscar um padrão de referência na sua adolescência e em sua fase adulta, como homem e não como pai. Durante longo tempo, essa ideia faz a personagem ter a sensação de que sempre fora apaixonada pelo próprio pai, mas com o passar do tempo passa a compreender melhor a natureza do seu amor, assumindo um entendimento de sua extensão, após perceber a grandeza do caráter de seu pai. Essa compreensão permite que as personagens consigam mudar o foco, de ação de ofício para uma visão empresarial, humana e familiar, evoluindo de forma grandiosa em suas vidas, apesar de já ser tarde para elas adotarem um padrão normal de comportamento, criando para elas, uma grande dificuldade para constituir família.